O arrastão ocorrido em um prédio na Aclimação, bairro da Zona Sul de São Paulo, na terça-feira (22), terminou com o sequestro de um dos moradores: o cão Zeca. Staffordshire terrier dócil e brincalhão, ele foi levado por cerca de 20 assaltantes, que também roubaram um carro, computadores, joias, celulares, relógios, cerca de mil dólares e mais de R$ 20 mil.
Desesperado, o dono do cachorro, um personal trainer de 34 anos, procura reencontrar Zeca. Amigos dele iniciaram uma campanha no Facebook para localizar o bicho.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o crime aconteceu por volta das 19h de terça. De acordo com o porteiro do prédio, um homem vestido como carteiro disse que precisava entregar uma encomenda. Quando o portão foi aberto, a quadrilha entrou e rendeu o funcionário e alguns moradores.
Para o cineasta, o fato de ele ser americano fez com que os criminosos pensassem que tivesse grandes quantias de dinheiro em seu apartamento. “Eles queriam saber onde estava o meu cofre. Mas eu não entendia o que cofre significava, e eles gritavam mais.” Os assaltantes chegaram a apontar armas para sua cabeça. Mantendo a calma, disse que tinha apenas R$ 500 e US$ 600 em dinheiro.Entre as vítimas está o cineasta americano Blake Farber, de 26 anos. Hospedado na casa do personal trainer há dois meses, ele saía com o cão para passear quando foi abordado por criminosos armados. “Eles viram o Zeca e perguntavam se ele mordia. Respondi na hora: ‘Não, ele é muito simpático’”, disse. Percebendo o sotaque carregado de Farber, os assaltantes o separaram do cão e o levaram até a um depósito, onde ao menos 20 outros moradores, incluindo o personal trainer, estavam amarrados.
Apesar de não possuir muito dinheiro, o jovem teve a maior parte dos seus pertences levados. “Roubaram meu laptop, onde estavam todos os meus trabalhos, meu celular com todos os contatos, e minha câmera”, lamentou. “Mas isso tudo é bem material, que dá para recuperar. O que preocupa mesmo é o paradeiro do Zeca.”
O cineasta contou ao G1 que, minutos antes de a quadrilha fugir, seu amigo questionou a respeito de seu pet. “Os bandidos disseram que o Zeca era um cachorro muito bonito para ele e que o levariam.” Apesar de conhecer há apenas dois meses o cão, Farber disse amá-lo. “Sempre o alimentava, passeava. Ele dormia comigo. Eu era um dono temporário.”
Os responsáveis pela corrente de buscas por Zeca pedem a quem tiver notícias de seu paradeiro que entre em contato com a polícia, pelo número 190, ou ligue para o Disque Denúncia (telefone 181).